No estudo da língua portuguesa, dois dos elementos mais comuns e, ao mesmo tempo, mais essenciais são as conjunções. Entre estas, destacam-se “que” e “como”. Estas palavras, aparentemente simples, desempenham um papel fundamental na estruturação das frases e na expressão de ideias complexas. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o uso de “que” e “como” como conjunções, oferecendo exemplos práticos e dicas para ajudar os falantes de português a dominar estas ferramentas linguísticas.
O uso da conjunção “que”
A conjunção “que” é uma das mais versáteis e frequentemente utilizadas na língua portuguesa. Pode introduzir orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais. Vamos examinar cada um desses usos com maior detalhe.
Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas desempenham o papel de um substantivo dentro da frase. A conjunção “que” pode introduzir diferentes tipos de orações subordinadas substantivas, como as subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas.
Exemplos:
– É importante que estudemos todos os dias. (subjetiva)
– Espero que venhas à festa. (objetiva direta)
– Convenci-me de que ele estava certo. (objetiva indireta)
Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas funcionam como adjetivos, qualificando um substantivo ou pronome. A conjunção “que” é usada para introduzir estas orações, que podem ser restritivas ou explicativas.
Exemplos:
– O livro que comprei é muito interessante. (restritiva)
– O João, que é meu amigo, passou no exame. (explicativa)
Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais modificam o verbo da oração principal, indicando circunstâncias como causa, consequência, finalidade, condição, concessão, comparação e tempo. A conjunção “que” pode ser usada em várias destas orações, especialmente quando combinada com outras palavras.
Exemplos:
– Estudo muito para que possa ter sucesso. (finalidade)
– Fiquei tão cansado que adormeci. (consequência)
– Se ele estudasse mais, que nota boa teria! (condição)
O uso da conjunção “como”
A conjunção “como” também desempenha um papel crucial na língua portuguesa, principalmente ao introduzir orações subordinadas adverbiais. Vamos explorar os principais usos de “como” como conjunção.
Orações subordinadas adverbiais comparativas
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação entre dois elementos ou ações. A conjunção “como” é frequentemente usada para introduzir este tipo de oração.
Exemplos:
– Ele corre como um atleta profissional.
– A Maria canta como um anjo.
Orações subordinadas adverbiais conformativas
As orações subordinadas adverbiais conformativas expressam uma conformidade ou acordo com a oração principal. A conjunção “como” é usada para introduzir estas orações.
Exemplos:
– Fiz o trabalho como me foi pedido.
– Agimos como combinámos.
Orações subordinadas adverbiais causais
Embora menos frequente, a conjunção “como” também pode ser usada para introduzir orações subordinadas adverbiais causais, indicando a razão ou causa de uma ação.
Exemplos:
– Como estava a chover, ficámos em casa.
– Como não tinha dinheiro, não pude comprar o bilhete.
Diferenças contextuais e nuances
Para além dos usos gramaticais, é importante entender as nuances e diferenças contextuais que “que” e “como” podem assumir em diferentes situações. A mesma conjunção pode ter significados ligeiramente diferentes dependendo do contexto em que é usada.
Ambiguidade e clarificação
Em alguns casos, o uso de “que” ou “como” pode levar a ambiguidades. Nestes casos, é importante prestar atenção ao contexto e, se necessário, reestruturar a frase para clarificar o significado.
Exemplo:
– Ele disse que o João viu o Pedro.
– Esta frase pode significar que “Ele disse que o João viu o Pedro” ou que “Ele disse que o João viu o Pedro”.
Para evitar ambiguidades, podemos reestruturar a frase:
– Ele afirmou que o João tinha visto o Pedro.
– Ele disse ao João que viu o Pedro.
Expressividade e estilo
O uso de “que” e “como” também pode afetar a expressividade e o estilo da escrita ou fala. A escolha entre uma construção mais direta ou mais elaborada pode depender do efeito que queremos causar no leitor ou ouvinte.
Exemplo:
– Quero que venhas à festa.
– Esta frase é direta e objetiva.
– Gostaria muito que pudesses vir à festa.
– Esta frase é mais polida e expressa um desejo mais cordial.
Prática e aplicação
Para dominar o uso de “que” e “como” como conjunções, a prática constante é essencial. Aqui estão algumas atividades recomendadas para aprimorar o entendimento e o uso destas conjunções.
Exercícios de preenchimento
Complete as frases seguintes com “que” ou “como” conforme apropriado:
1. Ele é tão inteligente ____ ninguém mais.
2. Espero ____ vocês venham ao jantar.
3. Fizemos tudo ____ combinado.
4. O filme ____ vimos ontem foi incrível.
5. Estava tão cansado ____ não consegui levantar-me.
Redação de frases
Crie frases complexas usando “que” e “como” como conjunções para ligar diferentes ideias. Tente variar os tipos de orações subordinadas para praticar os diferentes usos.
Exemplo:
– Ela estudou tanto que passou no exame com distinção.
– Ele trabalha como se fosse incansável.
Leitura e análise
Leia textos variados, como notícias, artigos, contos e romances, e sublinhe as frases que utilizam “que” e “como” como conjunções. Analise o tipo de oração subordinada que cada uma introduz e reflita sobre como a conjunção contribui para a clareza e fluidez do texto.
Conclusão
O uso correto das conjunções “que” e “como” é vital para a maestria da língua portuguesa. Estas palavras, embora pequenas, têm um impacto significativo na clareza, precisão e expressividade da comunicação. Ao entender os diferentes contextos e tipos de orações que estas conjunções podem introduzir, os falantes de português podem enriquecer a sua competência linguística e comunicar-se de forma mais eficaz e elegante.
Ao praticar regularmente e aplicar os conceitos discutidos neste artigo, qualquer aprendiz de português poderá usar “que” e “como” com confiança e precisão, elevando assim a sua proficiência na língua. Lembre-se de que a prática constante e a atenção ao detalhe são chave para o sucesso. Boa sorte e bons estudos!




